É verdade que o varejo brasileiro tem características bem peculiares e uma cultura enraizada do parcelamento. Mas, você já se perguntou como funciona essa engrenagem no mercado do crédito? Ou ainda: de onde foi que surgiu a proposta do crediário, por exemplo?
Por: Mirian Cruz
Analista de Inbound Marketing
Ainda é bastante comum encontrar negócios que reúnam caixas com arquivos físicos da operação de vendas a prazo. Há ainda aqueles que salvam a velha caderneta dos tempos em que se rodava tudo na ponta da caneta, com as famosas vendas “a fiado”, que nada mais são do que uma maneira mais simplista de oferecer crédito ao consumidor.
O mercado do crédito passou por transformações visivelmente aceleradas e com a chegada dos cartões de marca própria, os chamados cartões private label, os lojistas passaram a oferecer novas e diferentes formas de o consumidor fazer suas compras parceladas.
Neste conteúdo, nós vamos passar por todas as etapas de transformação do mundo do crédito: o nascimento do crediário, a evolução para os cartões private label até os dias de hoje em que é possível fazer compras no crediário, utilizando somente o rosto para pagar.
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Onde nasce o carnê, nasce o freguês
Essa cultura da compra parcelada ganhou um capítulo interessante no mercado do crédito: um pioneiro e grande incentivador. Foi o fundador da Casas Bahia, o empresário Samuel Klein, conhecido como o “pai do crediário” , o principal personagem desse movimento no Brasil.
Klein foi pioneiro ao incentivar os desejos de consumo da recém descoberta “Classe C e D”. Aliás, foi a venda a prazo no carnê, que todo o mês o freguês visitava a loja para pagar, um dos sustentáculos do império que Klein construiu. A grande máxima de que “o cliente sempre tem razão”, norteou a vida do empresário que, aos 78 anos de idade, fez pessoalmente uma campanha publicitária.
O ano era 2001 e os 6 milhões de clientes ativos na rede, receberam mensagens telefônicas quando faziam aniversário ou quando terminavam de pagar pontualmente o crediário. Do outro lado da linha, nada mais, nada menos, que o dono da empresa chamando o cliente de “freguês”.
Do papel ao cartão private label
Foi junto da transformação digital e o avanço da bancarização que, aos poucos, o varejo foi se adaptando aos novos meios de pagamentos. Desta vez, deixando de lado o velho carnê de crediário e abrindo espaço para os meios eletrônicos.
Esse movimento, trouxe o nascimento nos anos 2000, do cartão private label, em substituição ao modelo de crediário, popularizado por Klein no Brasil. Esse modelo de pagamento passou a oferecer aos seus clientes, um cartão com marca própria para ser usado apenas no próprio estabelecimento. Em tese, é a mesma dinâmica de oferta de crédito, mas oferecido através de um cartão e não mais do popular carnê.
Mas, mesmo com a oferta de crediário através dos cartões de crédito, o crediário à moda antiga ainda resiste. Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC), em dezembro de 2020, apontou que 18% das famílias com renda inferior a 10 salários mínimos relataram ter dívidas no carnê – entre as famílias com maior renda, o percentual foi de 9,9%.
Embora o carnê ainda resista, o modelo de crediário dos cartões private label tem apresentado resultados bastante significativos no mercado de crédito. Uma prova disso, é um estudo do Instituto Locomotiva onde apontou que 71% das pessoas dão preferência aos estabelecimentos que oferecem cartões private label.
A pesquisa reforça, ainda, que, entre esses consumidores ativos, 52% usariam mais o benefício se houvesse condições melhores de parcelamento, e 53% deles usariam ainda mais se o limite fosse mais alto.
O private label como incentivo ao crédito
O que é bastante curioso no mundo do crédito é que o acesso facilitado a um cartão private label, faz com que o cliente vá mais vezes à loja e faça compras com um ticket médio cada vez mais alto. Vê-se que o modelo de confiar no “freguês” ao oferecer um crédito próprio, faz bastante diferença nesse modelo de crediário.
Para se ter uma ideia o quão esse movimento é bastante presente, uma pesquisa realizada pela NielsenIQ em parceria com a DM trouxe à luz que lares que utilizam um cartão de supermercados e atacados gastam 20% mais do que outras formas de pagamento.
O estudo indica, ainda, que 38,7% dos consumidores costumam parcelar as compras no cartão de loja, o que gera fidelidade e impulsiona a recorrência de gastos nos supermercados, por exemplo.
Segundo a pesquisa, usuários que não utilizam private label tendem a ir cerca de 27 vezes ao supermercado em um ano, enquanto os que utilizam vão 31 vezes, com ticket médio 9,7% maior.
Você vai querer saber disso:
- A CSU criou uma solução de pagamento ‘frictionless’, a CSU Wallet.
- Com ele, consumidores poderão fazer compras usando a câmera do celular para escanear QR codes nas prateleiras de produtos, sem ter que passar pelo caixa;
- O pagamento pode ser feito com uma versão digital de um cartão private label embarcado no app.
O crédito parcelado ganha uma nova sigla
Aliás, não há como ignorar que a digitalização impulsionou o mercado do crédito, com novas alternativas de o cliente comprar parcelado. Independente de quem financie o crédito, com os serviços financeiros mais digitalizados, o cliente passou a ter muito mais ofertas de compra.
A bola da vez é, sem dúvida, o PIX. O Banco Central fez um anúncio, ainda neste mês de agosto, que os consumidores poderão fazer suas compras parceladas com o PIX no crédito.
O anúncio feito pelo BC sugere que, com o acesso ao crédito, os consumidores não precisarão mais dos cartões com essa função. Antes disso, apenas as carteiras digitais faziam uso do cartão de crédito para que o usuário pudesse fazer PIX usando o limite do cartão com essa função.
Passa o rosto no crédito e débito
Depois da caderneta, com as compras “a fiado”, a evolução do crediário de carnê para os cartões private label, o mercado do crédito abriu um ecossistema de meios de pagamentos totalmente digital, fluido e mais disruptivo.
Prova desse movimento é o que fez recentemente a C&A ao anunciar que, a partir de agora, os clientes do cartão private label “C&A Pay”, poderão fazer os pagamentos das compras usando somente o rosto.
Essa é uma excelente estratégia no mercado do crédito, com o uso do crediário como meio de pagamento. Primeiro, porque nesse modelo o cliente não precisa mais carregar o cartão na bolsa ou na carteira. Depois, a facilidade de não precisar lembrar de senhas e poder comprar na loja a hora que quiser.
No Brasil, a biometria facial como meio de pagamento teve início ainda em 2021, em uma operação da Payface, na rede de Supermercados Zona Sul no Rio de Janeiro.
A grande novidade é ter à disposição essa tecnologia para pagamentos em cartões private label nos mais diferentes segmentos do varejo. Na prática, o varejista integra o seu cartão private label a uma tecnologia de pagamento por biometria facial e o cliente poderá fazer suas compras usando apenas o rosto.
Gostou do nosso conteúdo sobre a evolução do crediário e como o mercado do crédito tem se movimentado com as novas formas de pagamento? Envie seu feedback para a gente: contato@payface.com.br.
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Sobre a Payface
A Payface é uma fintech de pagamento por reconhecimento facial fundada em 2018, em Florianópolis-SC. A empresa surgiu com o objetivo de reduzir as filas do varejo e acelerar o processo de identificação e compra, oferecendo uma solução mais rápida, customizada e segura de checkout em lojas físicas, ao permitir que os consumidores se identifiquem e paguem num único processo, integrado com programas de fidelidade e os arranjos de pagamentos dos varejistas.
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